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"Não basta que os resultados das Investigações sejam conhecidos. elaborados e aplicados por alguns poucos especialistas. Se os conhecimentos científicos limitam-se a um pequeno grupo de homens, debilita-se mentalidade filosófica de um povo, que assim caminha para o seu empobrecimento espiritual". Albert Einstein

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Projeto propõe criação de modelo bioregional na bacia do rio Paraná


O projeto Ações de Governança Participativa no Corredor de Biodiversidade do rio Paraná – Bioma Mata Atlântica tem como principal objetivo um criar um modelo de gestão bioregional integrado com base sustentável, considerando a biologia da conservação e o manejo da paisagem. Proposto por um consórcio de instituições, o projeto está sendo construído participativamente com os setores da sociedade que trabalham com pesquisa científica, boas práticas de segurança alimentar e que possam potencializar e replicar estrategicamente as ações de conservação e a autogestão.


O modelo de gestão adotado é o bioregional, integrado com base sustentável, tendo em vista a biologia da conservação e o manejo da paisagem.



Para o consórcio que administra o Corredor, não há espaços nem tempo para ações unilaterais. A meta é a construção de uma visão integrada dos processos ecológicos como o manejo da paisagem, a sustentabilidade socioambiental e a gestão participativa territorial.


Para isso, a base conceitual do projeto está sustentada nas seguintes diretrizes:



• Considerar os processos ecológicos “chaves” para a conservação dentro da teoria de diversidade ecológica e usar espécies indicadoras - os detetives ecológicos - para o monitoramento de microcorredores.



• A decisão sobre o desenho do corredor irá considerar os aspectos socioeconômicos, a fim de garantir uma delimitação que expresse toda a essência e as características daquele espaço.



• O planejamento e a execução das ações serão realizados em conjunto com os diferentes atores sociais, criando um novo modelo de gestão territorial a partir dos espaços sociopolíticos de participação.



• Potencializar e replicar experiências bem sucedidas de Sistemas Agroflorestais (SAFs) - através da capacitação e formação de multiplicadores -, como mecanismo de formação de ilhas de biodiversidade, conectividade da paisagem, fixação de carbono, segurança alimentar, renda familiar e qualidade de vida.



• O sistema hídrico será utilizado como referência de planejamento, execução e integração das ações.


O retrato atual da Mata Atlântica na região do Corredor está caracterizado por fragmentos florestais de diversos tamanhos e formas, isolados e desconectados. Muitos estão protegidos na forma de unidades de conservação e cercados de um mosaico variado de uso do solo.



Vários fatores contribuíram para a degradação excessiva da Mata Atlântica, como a utilização em larga escala do carbono pelas indústrias - enquanto matriz energética -, até a expansão da fronteira agrícola e modernização da agricultura, que acarretou em severos danos socioambientais.



A manutenção da floresta é importantíssima para o meio ambiente e também para a nossa sobrevivência. Pesquisadores e instituições ambientais consideram os processos ecológicos, a quantidade de endemismo, o número de espécies, a influência sobre o clima e a diversidade biológica essenciais à sobrevivência do nosso Planeta.



A área de influência do Corredor da Biodiversidade situa-se na porção oeste da bacia hidrográfica do Paraná, concentra 32% da população nacional e é o maior em desenvolvimento econômico do país.


As instituições consorciadas do projeto são o Instituto Maytenus, proponente do projeto, Apoena - Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar, CESP – Companhia Energética de São Paulo, IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Itaipu Binacional, Mater Natura, Pró-Carnívoros e Secretaria do Meio Ambiente do Paraná – SEMA/IAP. O projeto é financiado pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do Programa Demonstrativo da Mata Atlântica – PDA /PPG7 – Componente “Mata Atlântica”.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Curso de Qualificação em Educação Ambiental Empresarial


O Colégio Técnico SEMA está com as inscrições abertas do Curso de Qualificação Profissional em Educação Ambiental Empresarial.

A Educação Ambiental tem se tornado imprescindível para atuação qualificada da Gestão Ambiental em especial para a certificação de empresas preocupadas com o novo modelo de sustentabilidade.
O Curso será presencial nas datas dos dias 13 e 14 de Agosto (Colégio SEMA) e 20 e 21 (na Estação Ecológica do Caiuá/IAP-ESEC Caiuá).
Será realizando ainda um módulo virtual de acompanhamento à distância.
Com um total de 60 horas/aula, o Curso de Educação Ambiental Empresarial está sendo oferecido em parcerias com as Instituições de amplo trabalho na área: Instituto Guará/Instituto ISCAP/Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente CJ Arenito Caiuá. O Curso será ministrado com profissionais qualificados e com recolhimento de ART/CREA.
O principal objetivo é qualificar profissionais da área ambiental em Educação Ambiental no mercado promissor de Empresas para atuarem nos mais diferentes seguimentos, como: Resíduos Sólidos, Programas de Comunicação Ambiental, Sistema ISO, PCA, Fauna e Flora, comunidade de entorno da Empresa, Funcionários e Visitantes, etc.
As inscrições devem ser feitas na Secretaria do Colégio SEMA e já incluem alimentação no módulo da ESEC Caiuá, materiais e certificados.
Aproveitem a oportunidade de serem profissionais com um diferencial no mercado de trabalho.
Maiores informações no Colégio Técnico SEMA.

terça-feira, 14 de junho de 2011

XIII EPEA Encontro Paranaense de Educação Ambiental


O Encontro Paranaense de Educação Ambiental (EPEA) é um evento que visa o fortalecimento da Educação Ambiental no Estado do Paraná e desde o ano de 1998, contribui significativamente para discussões e trocas de experiências sobre essa temática. Esse Encontro envolve educadores e estudantes de todos níveis de ensino, técnicos de organizações não governamentais, de órgãos públicos e do setor privado, lideranças comunitárias, além da comunidade em geral interessada em refletir e dialogar sobre os rumos e perspectivas para a melhoria das inter-relações entre os seres humanos e o ambiente.

O XIII EPEA acontecerá em Ponta Grossa. PR nos dias 10, 11 e 12 de agosto de 2011 e as inscrições para a submissão de trabalhos já estão abertas!

Os trabalhos deverão ser submetidos até início de julho (dia 08/07-prazo máximo). Para mais informações, acessem o site: www.uepg.br.eventos/epea e conheçam a programação, os valores das inscrições, as normas e encaminhamentos para submissão de trabalhos.

Atenciosamente,
Comissão do XIII EPEA.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Semana do Meio Ambiente "O Meio Ambiente é Aqui"

Salve salve pov@s das cidades e das florestas, aconteceu dos dias 30 de Maio a 03 de Junho de 2011 a Semana de Meio Ambiente do Curso Técnico em Meio Ambiente do Colégio Técnico SEMA (Centro de Educação Técnico Profissionalizante de Primavera/Rosana SP). Com o tema "O Meio Ambiente é Aqui" a semana foi estruturada sobre os pilares de "Conhecimento, Integração e Participação" sendo elaborada e executada pela Comissão do evento (Cleverson, Lurdinha, Rita, Julio, Prof Jonatan, Prof Edinara, Prof André, Prof Talita, Prof Kellyton, Prof Herlon, alunos do curso Técnico em Meio Ambiente Thaís, Elisa, Jéssica, Rafael, Lucas, etc.) juntamente com a equipe da Organização (alunos do 3 Termo do Curso Técnico em Meio Ambiente). E tendo como parceiros o Instituto Guará e o Instituto ISCAP.



Com diversas palestras, oficinas, exposição "ECOS da Floresta", concurso de Fotos sobre a temática da semana, Coquetel "Sabores e Saberes" e atividades de sensibilização ambiental, o evento possibilitou ser uma formação complementar aos futuros técnicos e uma oportunidade de troca de saberes do Colégio com a comunidade de Primavera/Rosana.



O sucesso do evento enalteceu o compromisso e a preocupação do Colégio Técnico SEMA na formação de excelentes profissionais e cidadãos, juntamente com os valores de trabalho com a comunidade dos Institutos Guará e ISCAP. Parabéns a tod@s os envolvidos!



Breve repassamos mais informações do quanto foi louco de bom!



Abraços Coletivos!

Kellyton

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Projeto Guará registra aumento de indivíduos no litoral do Paraná

O projeto "Retorno do guará, Eudocimus ruber, ao litoral do Paraná: relevância ecológica e implicações conservacionistas" desenvolvido pelo Centro de Estudos do Mar CEM/UFPR Professor Ricardo Krul e equipe, através do Instituto Guará e com apoio da Fundação O Boticário registrou um aumento de indivíduos de Guarás em 14 sítios de alimentação e alguns de repouso e de deslocamento.
As áreas de forrageio apresentam-se bem conservadas e pode ser um dos motivos de haver um aumento da reprodução, haja vista que o Guará (Eudocimus ruber) é considerado em extinção no Paraná.
No momento o projeto está trabalhando com as comunidades ribeirinhas do litoral paranaense afim de ações socioambientais que possam conciliar conhecimento com a preservação das áreas e consequentemente da espécie.
Abaixo fotos dos Guarás.

Abraços Coletivos!
Kellyton


Oficina de rede gestora debate corredor de biodiversidade do rio Paraná

Oficina de rede gestora debate corredor de biodiversidade do rio Paraná
Texto e fotos: Djalma Weffort*

Com a finalidade de delimitar o mapa referência do corredor de biodiversidade do rio Paraná, definir áreas prioritárias para a implantação de corredores ecológicos e fortalecer a rede gestora (a qual o Instituto Guará faz parte por desenvolver ações socioambientais em áreas do rio Paraná), instituições de ensino e pesquisa, sociedade civil, governo, universidades, empresas do setor privado e companhias energéticas reuniram-se, na última segunda e terça-feira (11 e 12/04), na Estação Ecológica do Caiuá, em Diamante do Norte, no Paraná. Durante os dois dias os participantes da oficina debruçaram-se prioritariamente sobre as chamadas porções ‘central’ e ‘norte’ do corredor de biodiversidade que se estende desde os formadores do rio Paraná, nos estados de Goiás e Minas Gerais, e segue até o Rio Grande do Sul, passando pelo Parque Nacional de Iguaçú, na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.
“Como o corredor possui uma área de abrangência de 62.000 km², que engloba vários estados do sul e sudeste do Brasil, precisamos subdividir os trabalhos da oficina para garantir a participação e representatividade dos atores que atuam nessa ecoregião,” explica Jair Pelegrin, do Instituto Maytenus. Outro encontro já havia sido realizado, em 7 de 8 de abril, em Foz do Iguaçú, onde os participantes debateram a ‘porção sul’ do corredor, estendendo-se até o Parque Estadual do Turvo, no Rio Grande do Sul. Segundo Pelegrin, “a apropriação do projeto pela rede gestora é fundamental para a continuidade do projeto, após o seu término, em dezembro de 2012.”
De acordo com Marcelo Limont, do Mater Natura, que moderou os trabalhos da oficina, o encontro serviu também para apresentação dos planos de ação do projeto (políticas públicas, conservação, desenvolvimento sustentável, segurança alimentar e espaços de participação) e do banco de dados que vai funcionar como um tutorial dos estudos de pesquisas, mapas, endereços, biblioteca e demais produtos produzidos pelo projeto.

Projeto – O projeto Ações de Governança Participativa no Corredor de Biodiversidade do rio Paraná – Bioma Mata Atlântica tem como principal objetivo um criar um modelo de gestão bioregional integrado com base sustentável, considerando a biologia da conservação e o manejo da paisagem. Proposto por um consórcio de instituições, o projeto está sendo construído participativamente com os setores da sociedade que trabalham com pesquisa científica, boas práticas de segurança alimentar e que possam potencializar e replicar estrategicamente as ações de conservação e a autogestão.
São instituições consorciadas o Instituto Maytenus, proponente do projeto, Apoena - Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar, CESP – Companhia Energética de São Paulo, IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Itaipu Binacional, Mater Natura, Pró-Carnívoros e Secretaria do Meio Ambiente do Paraná – SEMA/IAP. O projeto é financiado pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do Programa Demonstrativo da Mata Atlântica – PDA /PPG7 – Componente “Mata Atlântica”.

*Colaborou: Carolina Muller

quinta-feira, 31 de março de 2011

Novos Voluntários participam do Programa de Educação Ambiental da ESEC Caiuá


Saudações socioambientais, continuando com os resultados do Projeto de Educação Ambiental na Zona de Amortecimento da ESEC Caiuá CASA/EGP/IUCN, posterior três capacitações e construção do Programa de Educação Ambiental da Unidade, organizou-se as ações para os novos voluntários da ESEC Caiuá 2011. Sob um enfoque de cidadania e participação os integrantes do voluntariado estão participando de ações com visitantes, projetos de pesquisa, recuperação de áreas degradadas, manejo e administração. ...
A todos que auxiliaram neste processo (em especial grupo de trabalho elaborado para reestruturar o programa) nosso muito obrigado e desejos de um excelente trabalho repleto de aprendizado. Abraços Coletivos! Kellyton

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Oficina Vozes do Nosso rio: Compartilhando Vivências e Encontrando Caminhos para a Bacia do Prata

Figura 01: Foto dos participantes das diversas instituições com ações na bacia do Prata (foto Leslie Ap. Dias).


Saudações socioambientais pesso@s, o Instituto Guará participou da Oficina Vozes do Nosso Rio nos dias 14 a 16 de Outubro de 2010 em San Nicolás de Los Arroyos, Argentina promovido pelo Programa de Microdoações da Bacia do Prata do Centro de Apoio Socioambiental CASA/IUCN - EGP. Esta participação se deu por conta dos projetos Juriti e de Educação Ambiental na Zona de Amortecimento da ESEC Caiuá desenvolvido pelo Guará com apoio do CASA.




Figura 02: Foto da Galera em uma das atividades de campo, espaços con alegria y sinceridad (foto: Leslie Ap. Dias)


Diversas instituições com trabalhos ao longo da bacia do Prata apresentaram seus resultados e a agenda construída coletivamente no decorrer da oficina possibilitou muitas trocas (cambio) de informações, experiências e aproximação das instituições que fazem acontecer no rio Paraná. Além destas riquíssimas permutas, os diálogos e aprendizados sinalizaram para uma possível continuidade do projeto da IUCN - EGP e de arranjos com outras fontes financiadoras. Mais informações no sitio do CASA www.casa.org.br.


Foi tudo de bom.


Gracias por todo compañeros!

Abraços Coletivos!
Kellyton

sábado, 29 de janeiro de 2011

Só de sacanagem, será esse meu carnaval


SÓ DE SACANAGEM
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

Elisa Lucinda

BElo MOnte dessa forma NÃOOOOOO

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

IGUALdade?


ANTONIO PRATA

O aeroporto tá parecendo rodoviária


Se o Brasil continuar crescendo e distribuindo renda, quem é que vai empacotar nossas compras?


O FUNCIONÁRIO do supermercado empacota minhas compras. A freguesa se aproxima com sua cesta e pergunta: "Oi, rapazinho, onde fica a farinha de mandioca?". "Ali, senhora, corredor 3." "Obrigada." "Disponha."
A cena seria trivial, não fosse um pequeno detalhe: o "rapazinho" já passava dos quarenta. Teria a mulher uma particularíssima disfunção neurológica, chamada, digamos etariofasia aguda? Mostra-se a ela uma imagem do Papai Noel e outra do Neymar, pergunta-se: "Quem é o mais velho?", ela hesita, seu indicador vai e vem entre as duas fotos, como um limpador de para-brisa e... Não consegue responder.
Infelizmente, não me parece que a mulher sofresse de uma doença rara. Pelo contrário. A infantilização dos pobres e outros grupos socialmente desvalorizados é recurso antigo, que funciona naturalizando a inferioridade de quem está por baixo e, de quebra, ainda atenua a culpa de quem tá por cima.
Afinal, se fulano é apenas um "rapazinho", faz sentido que ele nos sirva, nos obedeça e, em última instância, submeta-se à tutela de seus senhores, de suas senhoras.
Nos EUA, até a metade do século passado, os brancos chamavam os negros de "boys". Em resposta, surgiu o "man", com o qual os negros passaram a tratar-se uns aos outros, para afirmarem sua integridade.
No Brasil, na segunda década do século XXI, o expediente persiste.
Faz sentido. Em primeiro lugar, porque persiste a desigualdade, mas também porque todo recurso que escamoteie os conflitos encontra por aqui solo fértil; combina com nosso sonso ufanismo: neste país, todo mundo se ama, não?
Pensando nisso, enquanto pagava minhas compras, já começando a ficar com raiva da mulher, imaginei como chamaria o funcionário do supermercado, se estivesse no lugar dela. Então, me vi dizendo: "Ei, "amigo", você sabe onde fica a farinha de mandioca?", e percebi que, pela via oposta, havia caído na mesma arapuca.
Em vez de reafirmar a diferença, reduzindo-o ao status de criança, tentaria anulá-la, promovendo-o ao patamar da amizade. Mas, como nunca havíamos nos visto antes, a máscara cairia, revelando o que eu tentava ocultar: a distância entre quem empurra o carrinho e quem empacota as compras.
"Rapazinho" e "amigo" -ou "chefe", "meu rei", "brother", "queridão"- são dois lados da mesma moeda: a incapacidade de ver, naquele que me serve, um cidadão, um igual.
Não é de se admirar que, nesta sociedade ainda marcada pela mentalidade escravocrata, haja uma onda de preconceito com o alargamento da classe C, que tornou-se explícito nas manifestações de ódio aos nordestinos, via Twitter e Facebook, no fim do ano passado.
Mas o bordão que melhor exemplifica o susto e o desprezo da classe A pelos pobres, ou ex-pobres que agora têm dinheiro para frequentar certos ambientes antes fechados a eles, é: "Credo, esse aeroporto tá parecendo uma rodoviária!". De tão repetido, tem tudo para se tornar o "Você sabe com quem está falando?!" do início do século XXI. Se o Brasil continuar crescendo e distribuindo renda, os rapazinhos, que horror!, ganharão cada vez mais espaço e a coisa só deve piorar. É preocupante. Nesse ritmo, num futuro próximo, quem é que vai empacotar nossas compras?
Façamos nossas reflexões críticas...
Abraços Coletivos!!
Kellyton